Em meio aos mais de 8.000 atletas inscritos nos 62º Jogos Regionais de São Carlos certamente existem muitos exemplos positivos de vida desconhecidos do público. Mas a reportagem dos Jogos acabou encontrando dois deles, um homem e uma mulher, para contar um pouco de suas respectivas trajetórias. Primeiro as damas, correto?!

Ela já tem cabelos brancos e lidera em entusiasmo e técnica a equipe feminina do Tênis de Mesa de Jaú. Começou a praticar a modalidade em 2011 aos 59 anos. E como revelar a idade de mulheres mais experientes não é de bom tom, o leitor fará esse cálculo em relação a Maria Tereza Angelucci.

No primeiro confronto contra a equipe rival de Botucatu foi dela, inclusive, a única vitória jauense no embate, por 3 sets a 2, contra uma atleta 25 anos mais jovem.

Teresa, como é mais conhecida, já morou inclusive em São Carlos, além da vizinha Porto Ferreira. A mesatenista já fez de tudo um pouco na vida. Foi funcionária pública, comerciante, vereadora e trabalhou também na área de recursos humanos e com idosos.

Até 2010 ela nunca havia praticado qualquer atividade física regular. No ano seguinte começou a praticar vôlei adaptado e, na sequência, chegou ao tênis de mesa. “Aconselho todos os idosos, a partir dos 59 anos, a praticarem um esporte. Isso nos deixa mais alegres, mais vivos e cheios de saúde”, recomenda Teresa.

Atual vice-campeã individual dos Jogos Regionais do Idoso (JORI), a atleta explica que um dos maiores ganhos que conquistou com a prática desportiva foi “aprender a conviver com todas as gerações por meio da integração que o esporte permite”.

E foi justamente pela via do Tênis de Mesa que Teresa conheceu um grande incentivador dela para a sequência dos treinamentos e desafios das competições. Trata-se do amigo e próximo exemplo desta reportagem, o mesatenista Cláudio Massad, o Claudião, de Bauru. “Manda um grande abraço apra ele se encontrar com ele nestes Jogos. É um cara sensacional!”, pediu e elogiou Teresa.

A reportagem não só transmitiu o abraço afetuoso da atleta de Jaú como também resolveu bater um papo no Ginásio dos Salesianos com o atleta de 33 anos, atual número 1 do Brasil na categoria paraolímpica Classe 10 e 24º do mundo. Ele também compete no Tênis de Mesa convencional, nas disputas da categoria sênior, para atletas acima dos 30 anos.

Cláudião começou a jogar aos 12 anos no final de 1997, por influência de amigos que já praticavam o esporte em Bauru. Ele conheceu Teresa quando jogou representando, anos atrás, a cidade de Jaú.

Ele compete em provas paraolímpicas e também convencionais. Aos dez anos de idade ele foi diagnosticado com a chamada Doença de Blaunt, que surgiu depois de uma inflamação na perna esquerda, causando um desgaste ósseo e diferenciando em quase 3 cm a altura da perna esquerda para a direita.

Superando isso e também a perda precoce do irmão mais velho, Claudião foi convidado e convocado para participar de um torneio olímpico, jogando ainda no convencional. Foi a primeira experiência dele representando o Brasil numa competição internacional.

Em outubro de 2014 passou pela classificação funcional no Aberto da França e conseguiu ser avaliado com atleta paralímpico na Classe 10 (onde jogam atletas andantes com alguma limitação motora). Em seguida, disputou o Aberto da Costa Rica, ganhando na época de um medalhista mundial. Como resultado foi convocado para o Parapanamericanos de 2015. Em dezembro de 2017 foi medalha de ouro em sua categoria em San José (Costa Rica) no Parapan.

Com objetivos nas competições futuras, em 2018 Cláudião disputará ainda o Campeonato Mundial de Tênis de Mesa que será realizado em Lasko (Eslovênia), onde tem como meta ficar entre os oito melhores da competição. Ele também almeja obter a medalha de ouro nos Parapanamericanos de Lima (Peru) em 2019, feito importante pois estes jogos são classificatórios para os Paralímpicos de 2020 em Tóquio (Japão).

O mesatenista também comentou sobre o papel da equipe nos Jogos Regionais de São Carlos: “A expectativa de Bauru é a melhor possível. A gente já vem se preparando há um bom tempo. Temos uma equipe bem experiente, mesmo as meninas do sub-20. O objetivo é sermos campeões nas duas categorias. Vamos trabalhar para tornar isso realidade”.

Sobre os principais adversários em São Carlos, Claudião diz que todos merecem respeito, porém aponta aqueles que considera os mais difíceis na trajetória até o título: “No feminino temos Piracicaba como concorrente e no masculino a cidade de Jaú”.

Fonte: http://jogosregionais.saocarlos.sp.gov.br/2018/mesatenistas-presentes-aos-jogos-regionais-sao-exemplos-de-superacao/

Gostou? Compartilhe!

Deixe seu comentário